A eletricidade estática não é a área mais estudada cientificamente, pois historicamente não foi considerada útil, ao contrário da corrente elétrica, que teve muitas aplicações para fornecer energia.
Na indústria, ainda é frequentemente uma questão de julgamento em vez de conhecimento científico. As complexas propriedades físicas e químicas dos objetos e ambientes que interagem dificultam uma análise precisa. Também há problemas com a medição da eletricidade estática.

QUATRO PRINCIPAIS PROBLEMAS
RELACIONADOS À ELETRICIDADE ESTÁTICA
1. Descarga estática na eletrônica

Na eletrônica, o principal perigo associado à carga estática vem da pessoa que a transporta. Uma descarga gera calor, que queima conexões, interrompe contatos e quebra microchips.
Muitas vezes os componentes não falham completamente, o que pode ser ainda mais perigoso, pois a falha não se manifesta imediatamente, mas em um momento imprevisível durante o funcionamento do dispositivo.
Como regra geral, ao trabalhar com peças e dispositivos sensíveis à eletricidade estática, sempre devem ser tomadas medidas para neutralizar a carga acumulada no corpo (luvas antiestáticas, calçados ESD, dissipadores de estática).
2. Atração/repulsão eletrostática

Este é talvez o problema mais comum na produção e no processamento de plásticos, papel e têxteis. Isso se manifesta em mudanças no comportamento dos materiais: eles se colam ou se repelem, aderem aos equipamentos, atraem poeira, enrolam-se incorretamente, etc. Esse problema é neutralizado com ionizadores estáticos.
3. Risco de incêndio

O risco de incêndio não é um problema comum em todas as indústrias. No entanto, a probabilidade de incêndio é muito alta em fábricas onde se utilizam solventes inflamáveis.
Em áreas perigosas, as fontes mais comuns de incêndio são os equipamentos sem ligação à terra e os condutores em movimento. Se o operador que se encontra na área perigosa estiver usando calçado com sola NÃO CONDUTORA (isolante), existe o risco de que seu corpo gere uma carga que possa incendiar os solventes. É muito importante entender que, nesses ambientes, o calçado deve ser condutivo, antiestático ou ESD (opção ideal).
O calçado condutivo é um tipo de calçado de trabalho com um nível de resistência elétrica baixo, mas suficientemente alto para permitir que cargas eletrostáticas se dissipem, reduzindo o risco de acumulação. A resistência elétrica é baixa, por isso o uso desse tipo de calçado só é recomendado quando a possibilidade de contato com materiais energizados foi completamente eliminada.
Para evitar os riscos associados ao calçado condutivo, existe o calçado antiestático, que possui uma resistência elétrica um pouco maior. Podemos dizer que o calçado antiestático é aquele que apresenta uma resistência e uma capacidade dissipativa média contra descargas elétricas provocadas por cargas eletrostáticas. O calçado marcado como ESD, regulamentado pela norma EN 61340-4-3: 2005, é semelhante ao anterior, mas com uma proteção extrema. O calçado ESD é aquele com o nível máximo de dissipação de cargas eletrostáticas. Algumas profissões, como trabalhos com circuitos impressos ou em salas limpas, requerem esse tipo de calçado, pois uma pequena carga estática pode causar graves acidentes ao trabalhador. A função desse calçado é desviar essas cargas para o exterior.
Luvas antiestáticas são outro componente necessário para evitar altos acúmulos de eletricidade estática, permitindo que ela se dissipe para a terra.
Máquinas sem ligação à terra também representam um perigo. Tudo que estiver na área perigosa deve estar devidamente aterrado.
4. Choque elétrico

O risco de choque estático em um ambiente industrial está recebendo cada vez mais atenção, é muito desagradável e pode ser perigoso para pessoas com insuficiência cardíaca.
A causa mais comum do choque estático é a carga induzida, por exemplo, na indústria de plásticos.
A carga permanece no corpo do operador se ele estiver usando calçado com sola isolante, até que toque um equipamento aterrado. A carga fluirá para o solo e causará lesões na pessoa. Isso também ocorre quando o operador toca objetos ou materiais carregados: devido ao calçado isolante, a carga se acumula no corpo. Quando o operador toca as partes metálicas do equipamento, ocorre uma descarga elétrica.
Conclusão
Para as áreas onde a eletricidade estática é gerada, é imprescindível tomar as medidas corretas, que devem ser ajustadas a cada caso.